Hoje dia 3 de Dezembro de 2009 celebra-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
Neste seguimento, destaco uma empresa que produz artesanalmente artigos de pele, localizada em Maceda - a Deficiprodut. Esta advém da concretização de um sonho de Aristides, no qual aspirava criar uma empresa em que os protagonistas fossem cidadãos portadores de deficiência com dificuldades de inserção social.
Apresenta como lema a criação de condições necessárias para uma melhoria da qualidade de vida do cidadão deficiente. Através do trabalho que para além de constituir uma fonte de rendimentos, proporcionar sentimentos úteis, integrados e sobretudo realizados. Actualmente a empresa é composta por 35 funcionários, dos quais 22 são cidadãos portadores de deficiência e outros tantos colaboradores externos que diariamente percorrem o país, promovendo e comercializando os produtos.
Movido pela força de vencer, Aristides, criou assim um espaço onde todos são iguais. No dia 20/11/2009 o Jornal de Notícias destaca a visita de Cavaco Silva a esta empresa.
Retirando pequenos excertos na notícia destaco :
" "Bendita poliomielite", solta o empresário, ao JN, de sorriso aberto, sobre a doença que o "atacou" aos três meses, deixando-o paraplégico. Mas também "mais sensível para o mundo das diferenças"" (...)
" À chegada à Deficiprodut, Carla Dias, 37 anos, é o primeiro rosto a sorrir. E o da diferença. Foi-lhe amputado o antebraço esquerdo quando tinha apenas nove meses. "Foi um acidente com um candeeiro a petróleo", conta Carla, sem ressentimentos. Afinal, a deficiência não foi impedimento para rumar do Algarve até ao Norte e tirar a Licenciatura de Marketing. Na Deficiprodut trabalha na direcção comercial. "Dentro desta empresa acabamos por vestir a camisola daquilo que nós próprios já somos. No entanto, ninguém é tratado como coitadinho", disse Carla. Ainda assim, a funcionária lamenta "não poder seguir o sonho de ser enfermeira". "Nem me deixam tirar o curso", desabafa.
Ao descer até à fábrica voltam a multiplicar-se sorrisos. Anabela Valente, 33 anos, surda, não tem dúvidas que na fábrica "todos se tratam como família". José Carlos Ferreira, 48 anos, que sofreu poliomielite aos 14 meses,afirma que, mesmo de muletas "caminha faça chuva ou sol" durante meia-hora para todos os dias apanhar boleia para o trabalho. "Andava a pedir nas ruas da amargura, quando surgiu esta oportunidade de trabalho. Graças a isso, hoje tenho uma casa", conta, orgulhoso"
Posto isto, posso asseverar que acções como esta merecem todo o nosso apoio e consideração. A inserção do doente portador de deficiência na sociedade e no âmbito do trabalho fomenta não só, sentimentos de não discriminação como também, o bem-estar dos indivíduos. Demonstrando mais uma vez que estes para além do problema de saúde associado possuem qualidades que devem ser aproveitadas!