sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Doente Esquizofrénico Assusta Crianças Numa Festa De Aniversário



Palavras para quê?

Apesar de vivermos numa época em que a tecnologia e a comunicação entre os seres humanos imperam, a informação correcta em relação à doença – esquizofrenia parece não atingir toda a população. Possivelmente, por esta razão, a palavra esquizofrenia continua a ser uma palavra perturbadora. Esta é conotada e indicia o estigma e, por isso, uma barreira, não só para a reabilitação destes doentes como também, para o bem - estar da família. Neste seguimento, torna-se premente a divulgação dos principais sinais precoces da doença para que se possam consciencializar do risco de eclosão de uma doença esquizofrénica.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Harmonia Enlouquece - Sufoco da Vida



Aqui fica a letra da música ...

Estou vivendo No mundo do hospital
Tomando remédios De psiquiatria mental
Estou vivendo No mundo do hospital
Tomando remédios De psiquiatria mental
Haldol, Diazepam Rohypnol, Prometazina
Meu médico não sabe
Como me tornar Um cara normal
Me amarram, me aplicam Me sufocam
Num quarto trancado
Socorro Sou um cara normal Asfixiado
Minha mãe, meu irmão Minha tia, minha tia
Me encheram de drogas De levomepromazina
Ai, ai, ai Que sufoco da vida Sufoco louco
Tô cansado De tanta Levomepromazina
Ai, ai, ai Que sufoco da vida Sufoco louco
Tô cansado De tanta Levomepromazina


Esta música advém de um projecto denominado de "Convivendo com a Música" desenvolvido pelo Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro. Este apresenta como divisa "(...) oferecer um espaço onde os sujeitos envolvidos pudessem vivenciar diversas atividades sonoras musicais, dando lugar à expressão, à criatividade e à comunicação (...)"

O grupo Harmonia Enlouquece, é formado por doentes portadores de alguma patologia psiquiátrica que se encontram institucionalizados no Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro e por profissionais de saúde nomeadamente terapeutas.

Dando corpo e voz aos desvaneios musicais, este grupo já conseguiu alcançar alguns dos seus grandes objectivos, como também, incorporar o cd da famosa telenovela "Caminho das Índias".

Enalteço este tipo de iniciativas, pois pelo encanto e envolvência da música, consegue-se criar laços terapêuticos de grande estima que com certeza irão contribuir para uma melhoria do bem estar dos doentes. Neste seguimento, também a imagem do doente psiquiátrico inútil, maluco e sem objectivos começa a "cair por terra". De facto, estes para além da doença que são portadores apresentam histórias de vida e qualidades que deverão ser fomentadas.

E agora...

Lanço um desafio aos poucos leitores do Pensar em Saúde Mental: Como imaginam o quotidiano do doente psiquiátrico institucionalizado? Coloquem-se na cabeça de um e descrevam o que acham que iriam sentir, viver, experienciar (...) não é necessário que se identifiquem o importante é participarem neste desafio. Pelo qual agradeço desde já.


Mais Informação em:http://www.harmoniaenlouquece.com.br

domingo, 15 de novembro de 2009

Saúde Mental



As enfermidades de origem mental, nunca foram nem são encaradas como uma qualquer doença física. Os sentimentos que alienação desperta constituem-se como bem diferentes dos provocados por uma qualquer doença somática. Até aos dias de hoje, a origem das doenças mentais, tem permanecido como algo inexplicável, ou seja, não há uma só teoria que explique a proveniência real desta doença. Facto este, que provoca uma resistência social, isolando certos atributos e qualificando os sujeitos doentes como indesejáveis, incómodos e anormais. Esta estigmatização predispõe a pessoa doente, não só a uma perda da sua identidade civil, mas também, a sujeita ao preconceito e consequentemente a leva ao isolamento social. Considera-se que também a família sofre com o processo de doença, pois os gastos, o desgaste físico e emocional, a reorganização do seu dia-a-dia e o preconceito da sociedade conduzem a um sofrimento silencioso por parte das mesmas. Desta forma, torna-se premente, que as acções dirigidas a estas famílias sofram uma reestruturação, permitindo que o estigma não intervenha com o crucial passo, isto é, a procura de ajuda.


É basilar destacar a indispensabilidade da elucidação junto de toda a comunidade sobre estas enfermidades, destacando os respectivos tratamentos e coadjuvando para que os preconceitos não se perpetuem na sociedade. O receio de procurar a ajuda e de falar sobre os seus próprios sintomas, constitui uma estratégia de sobrevivência pessoal dos doentes, prevenindo assim a sua segregação por parte da sociedade. O estigma, ao desencorajar a revelação de uma perturbação psiquiátrica, de algum modo, eterniza-a e conduz os indivíduos para um estado de desconforto.

Actualmente, sabe-se que se o doente reconhecer e aceitar a sua doença, pode mudar por completo o rumo da sua vida bem como o da sua família. O tratamento constitui um importante passo para a melhoria da qualidade de vida de ambos. Os “média” contribuem para aniquilar o estigma, promovendo o entendimento e educação popular acerca das doenças mentais, que devem ser encaradas do mesmo modo como se olha para as doenças físicas. Estas pessoas deverão ser julgadas pelos seus méritos próprios e não pela doença que sofrem e pelo estigma a que ele está associado. Neste sentido, são necessárias para além das intervenções realizadas junto de doentes e familiares/cuidadores, campanhas de sensibilização que envolvam a comunidade em geral e que procurem actuar numa perspectiva construtiva e pedagógica.

As recentes transmutações sociais colocam a Doença Mental, como a principal causa de morbilidade na nossa comunidade, de facto, esta apresenta diversas manifestações comportamentais, inexplicáveis receios e tristezas que provocam uma conduta desajustada relativamente ao pré-concebido “normal”. Torna-se fulcral salientar que esta realidade é diagnosticável, real e universal, pois caso contrário irá provocar não só, um enorme sofrimento como também, uma perda do papel social do indivíduo e sua família.

Enfrentar os mitos em relação à doença mental, romper os preconceitos, rótulos e estigmas contra quem padece deste tipo de problemas, constitui um desafio diário para cada um de nós. Por meio de um processo educativo, podemos possibilitar a consciencialização e a participação activa e transformadora no seu processo de integração social. Tal prática, focada no respeito, sensibilidade e compromisso autêntico, irá facilitar a procura de ajuda, a integração e a reabilitação do doente.